Mercado livre de energia supera a marca de 51 mil unidades consumidoras 

O mercado de energia no Brasil está em constante transformação para atender às necessidades dos consumidores. Um dos segmentos que mais se destacam nesse cenário é o mercado livre de energia, que vem crescendo de forma expressiva nos últimos anos. Em julho deste ano, o número de unidades consumidoras nesse ambiente atingiu 51.389, um aumento de 25% em relação às 38.531 unidades registradas em dezembro de 2023.

Neste artigo, exploraremos o que é o mercado livre de energia, seus benefícios e os principais critérios para participação, além de discutir os dados mais recentes sobre o aumento do número de unidades consumidoras no Brasil.

O que é mercado livre de energia?

O mercado livre de energia é um modelo de contratação que permite aos consumidores elegíveis escolherem seus próprios fornecedores, negociando diretamente os preços, prazos e condições de fornecimento. 

Diferente do mercado cativo, no mercado livre há a possibilidade de maior flexibilidade nos contratos e mais opções para ajustar o fornecimento às necessidades específicas de cada negócio. 

Para participar do mercado livre, é necessário que a unidade consumidora esteja conectada à rede de alta tensão, o que normalmente é o caso de empresas e indústrias. 

Mercado livre de energia em 2024

O mercado livre de energia tem experimentado um crescimento expressivo nos últimos meses. Segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), apresentados pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia  (ABRACEEL), o setor ganhou 12.858 novas unidades consumidoras em 2024. 

Nos últimos 12 meses, o mercado livre acumulou 16.417 novas adesões, representando um crescimento de 46%. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pela Portaria 50/2022, que entrou em vigor em janeiro de 2024 e permitiu que todos os consumidores de alta tensão pudessem escolher seus próprios fornecedores de energia. 

Com isso, a média de adesões mensais ao mercado livre saltou de 616 novas unidades em 2023 para 1.787 no primeiro trimestre de 2024,  segundo dados da CCEE. Somente nesse período, 5.360 novos consumidores ingressaram no mercado, superando o número total de novos entrantes em todo o ano de 2022.

Além disso, 72% dos novos aderentes optaram pela modalidade de varejo, o que significa que passaram a ser representados por comercializadores varejistas. Estes facilitam o ingresso no mercado livre, gerenciando contratos e assumindo os riscos da compra e venda de energia, simplificando o processo para as empresas.

Atualmente, o mercado livre representa 38% do consumo total de energia elétrica no Brasil, e a tendência é que continue a crescer nos próximos meses.  De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), cerca de 19,3 mil consumidores já informaram o desejo de migrar para o mercado livre ao longo de 2024, com 650 pedidos previstos para 2025.

Os estados com maior número de unidades consumidoras no mercado livre são:

  Fonte: CCEE

Quais as vantagens do mercado livre de energia?

Ao optar pelo mercado livre de energia, as empresas têm à sua disposição uma série de benefícios que vão desde a economia financeira até a possibilidade de uma gestão mais eficiente e personalizada do consumo energético. Entre as principais vantagens, destacam-se:

Flexibilidade

No mercado livre, o consumidor tem a possibilidade de negociar contratos mais flexíveis. Isso significa que as empresas podem escolher contratos de longo prazo que ofereçam maior estabilidade ou contratos de curto prazo, dependendo de suas necessidades. 

Além disso, é possível negociar preços e condições de pagamento, ajustando os contratos às demandas sazonais ou específicas de cada cliente.

Essa flexibilidade é uma das principais razões pelas quais muitas empresas optam por migrar para o mercado livre, pois permite uma maior previsibilidade dos custos energéticos e a personalização das condições contratuais de acordo com as necessidades do negócio.

Economia na fatura

A economia na fatura de energia é, sem dúvida, um dos fatores mais atrativos do mercado livre de energia. Ao negociar diretamente com os fornecedores, as empresas podem obter preços mais competitivos. 

Além disso, a flexibilidade nas condições contratuais permite que o consumidor ajuste seus gastos com energia, resultando em uma redução significativa nos custos operacionais.

Sustentabilidade 

O mercado livre de energia promove o uso de fontes renováveis, oferecendo aos consumidores a oportunidade de escolher energia limpa ao migrarem para esse modelo. Em 2023, as energias solar e eólica foram responsáveis por um acréscimo de 13 mil MWm à produção nacional, o que representou um acréscimo de 23,8% em comparação com o ano anterior. 

Esse movimento em direção à sustentabilidade é uma tendência cada vez mais forte, especialmente entre grandes empresas que buscam alinhar suas práticas operacionais com padrões ambientais globais e atender às expectativas de seus stakeholders.

Como aderir ao mercado livre de energia? 

O processo de adesão ao mercado livre de energia pode ser resumido em algumas etapas simples:

1. Contato com uma Comercializadora: O consumidor interessado em migrar faz o primeiro contato com uma comercializadora de energia, que irá analisar seu perfil de consumo.
2. Análise de Elegibilidade: A comercializadora verifica se a unidade consumidora atende aos requisitos legais e técnicos para migrar ao mercado livre.
3. Escolha do Produto: O consumidor seleciona o produto ou plano mais adequado às suas necessidades energéticas.
4. Assinatura de Contrato: Após a negociação, o contrato é firmado entre o consumidor e o fornecedor de energia.
5. Processo de Migração: Após cumprida todas as etapas, são realizados os procedimentos necessários para adequar a unidade consumidora ao mercado livre de energia, como a instalação de equipamentos de medição específicos, caso necessário.

Uma vez concluídos os processos de adequação, a unidade consumidora passa a ser atendida pelo novo fornecedor de energia elétrica. 

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