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Horário de verão vai voltar? Entenda os impactos no consumo de energia

2 de julho de 2025
O horário de verão pode voltar a fazer parte da rotina dos brasileiros diante do aumento na demanda por energia e das mudanças na matriz elétrica.

A medida, suspensa em 2019, passou a ser reavaliada por especialistas e pelo governo como uma possível solução para aliviar o sistema nos horários de pico.

Mas, afinal, o horário de verão ainda tem impacto relevante no setor elétrico? E ele vai voltar?

A seguir, você vai entender o que é o horário de verão, por que foi criado, como influencia o sistema elétrico e qual sua relação com a transição energética.

Boa leitura!

 

O que é o horário de verão e por que ele foi criado


O horário de verão é uma medida adotada com o objetivo de otimizar o uso da luz natural e reduzir o consumo de energia elétrica em determinados períodos do ano.

A lógica por trás da proposta é simples: adiantar os relógios em uma hora durante os meses mais quentes, quando os dias são mais longos, para deslocar parte da demanda elétrica para horários com maior incidência de luz solar.

O principal benefício esperado era aliviar o sistema elétrico no início da noite, tradicionalmente o período de pico de consumo. É quando luzes, eletrodomésticos e sistemas de climatização são acionados simultaneamente em residências, comércios e escritórios, aumentando significativamente a carga.

Ao estender a iluminação natural no final do dia, o sistema elétrico sofre menos pressão nesse horário crítico, o que poderia gerar economia de energia e reduzir o esforço das usinas geradoras.

 

Por que o horário de verão foi suspenso?


Nos últimos anos, o perfil de consumo de energia no Brasil passou por transformações importantes. O uso crescente de ar-condicionado e outros equipamentos de climatização elevou a demanda elétrica nas horas mais quentes do dia, especialmente à tarde.

Com isso, o consumo passou a ser menos dependente da iluminação artificial e mais concentrado em aparelhos de alta potência. Esse novo padrão reduziu significativamente os ganhos energéticos associados ao horário de verão.

Estudos técnicos constataram que os benefícios da medida se tornaram marginalmente relevantes. Diante desse novo cenário, o horário de verão foi suspenso em 2019.

 

O horário de verão vai voltar?


O debate sobre a volta do horário de verão ganhou força em 2024. A medida voltou a ser considerada por especialistas como uma possível resposta à nova realidade do consumo elétrico no país.

E há motivos para isso. De acordo com o Plano de Operação Energética (PEN) 2025-2029, divulgado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o Brasil pode enfrentar risco de déficit de potência nos próximos anos.

A projeção é de que o consumo de energia cresça 14,1% até 2029, com um avanço médio de 3,4% ao ano, elevando a carga nacional para 94,6 gigawatts médios ao fim da década.

Esse aumento está relacionado à recuperação econômica, à popularização dos aparelhos de climatização e à expansão da mobilidade elétrica. Ao mesmo tempo, essa demanda adicional pressiona o Sistema Interligado Nacional (SIN), especialmente nos horários de pico, como o início da noite.

O desafio se agrava com o aumento da participação de fontes intermitentes, como solar e eólica, que exigem respostas rápidas de hidrelétricas e termelétricas quando há queda na geração. 

Nesses momentos críticos, a sobrecarga pode elevar os custos operacionais e as emissões de carbono, especialmente se houver necessidade de acionar usinas térmicas.

 

Quem decide sobre a volta do horário de verão?


A decisão cabe ao Governo Federal, por meio do Ministério de Minas e Energia, que atua em conjunto com órgãos técnicos como a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Essas instituições avaliam uma série de dados, como o comportamento da carga elétrica, a capacidade de geração, a demanda prevista e os efeitos potenciais das medidas analisadas.

O retorno dessa medida conta com apoio de segmentos produtivos, principalmente comércio e serviços.

Esse alinhamento entre aspectos técnicos e interesses econômicos orienta a tomada de decisão, buscando o equilíbrio entre eficiência energética e estímulo à atividade econômica.

Diante desse cenário, o Ministério de Minas e Energia informou que está estudando a possibilidade de retomar o horário de verão como uma das alternativas para aliviar a pressão sobre o sistema elétrico durante os horários de maior demanda.

 

Efeitos no consumo e no comportamento dos brasileiros


O impacto do horário de verão vai além da energia: ele também altera o comportamento das pessoas e a dinâmica das cidades. Com o dia claro até mais tarde, há maior circulação nas ruas no fim da tarde, ampliação do horário de funcionamento de lojas, centros de lazer e serviços, além de um aumento nas atividades físicas e sociais ao ar livre.

Essas mudanças comportamentais tendem a redistribuir a demanda elétrica de forma mais equilibrada ao longo do dia, suavizando os picos de consumo nos horários mais críticos.

Além disso, setores como o de serviços veem com bons olhos a possível retomada da medida. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) chegou a divulgar uma nota pressionando o governo a reintroduzir o horário de verão.

Segundo a entidade, a extensão do período com luz natural entre 18h e 21h pode aumentar em até 50% a circulação de pessoas, refletindo em um incremento de 10% a 15% no faturamento mensal de pequenos negócios. 

 

Qual a relação entre horário de verão e transição energética?


A transição energética é um processo essencial para tornar a matriz elétrica mais limpa, renovável e eficiente, com menor impacto ambiental. No Brasil, o avanço da energia solar e eólica ocupa papel de destaque nessa transformação, trazendo benefícios significativos para a sustentabilidade e a segurança energética do país.

Nesse contexto, o horário de verão pode atuar como um aliado complementar. Ao deslocar parte do consumo de energia para horários em que ainda há abundância de luz natural e geração solar, a medida favorece o aproveitamento máximo dessas fontes renováveis.

Com isso, contribui para uma operação mais equilibrada do sistema elétrico, reduzindo a necessidade de acionar usinas mais caras e emissoras de carbono. Mesmo que sua economia direta seja limitada, o horário de verão fortalece a integração entre oferta renovável e demanda, apoiando a descarbonização e a eficiência energética.

 

Casos reais: Fiocruz e Socicam aceleram a descarbonização


Os benefícios das fontes renováveis ganham escala quando somados a parcerias estratégicas. Dois bons exemplos demonstram como diferentes setores estão contribuindo para a transição energética:

Fiocruz


Referência em ciência e saúde pública, a Fiocruz migrou para o mercado livre de energia por meio de parceria com a Echoenergia. O resultado? Economia de mais de R$ 60 milhões por ano e a redução de 48 mil toneladas de CO2 anuais

Dez unidades da instituição agora operam com energia 100% renovável, mostrando que é possível unir inovação, economia e sustentabilidade no setor público.

Socicam


A Socicam, uma das maiores gestoras de mobilidade urbana do país, também entrou nesse movimento sustentável. 

Em parceria com a Echoenergia, aeroportos administrados pela empresa passaram a consumir energia renovável, mostrando que grandes operações de transporte também podem ser aliadas da descarbonização.

 

Como a Echoenergia contribui com a descarbonização


A Echoenergia, empresa do Grupo Equatorial, é uma das protagonistas da transição energética no Brasil. Especializada em geração e comercialização de energia renovável, possui uma capacidade instalada de 1,8 GW,  dividida em 1,2 GW em parques eólicos e 574 MW em usinas solares.

Toda a energia gerada é 100% renovável, ou seja, sem emissão de CO2 na geração. Isso torna a Echoenergia parceira estratégica para empresas que desejam reduzir emissões, cumprir metas ESG e otimizar custos energéticos.

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