Indústria brasileira: 92% é abastecida pelo mercado livre de energia

Mercado livre de energia já abastece 92% da indústria brasileira

Em busca de maior controle sobre os custos de energia e melhores condições comerciais, cada vez mais empresas estão optando por migrar para o mercado livre de energia.

De acordo com a última edição do Boletim da Energia Livre, publicação da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), a indústria já compra no mercado livre de energia 92% da eletricidade que utiliza.

Mas o que exatamente é o mercado livre de energia, e por que ele está crescendo tanto? A seguir, vamos entender o conceito, o panorama atual no Brasil e os principais benefícios dessa modalidade.

O que é o mercado livre de energia?

O mercado livre de energia é um ambiente onde os consumidores que estão conectados à alta tensão têm a liberdade de escolher seus fornecedores, negociar contratos e estabelecer condições mais adequadas às suas necessidades. 

Nessa modalidade, as empresas podem buscar acordos mais vantajosos, ajustando as condições do contrato de acordo com as suas necessidades específicas, como volume de consumo, prazos de pagamento e até mesmo a origem da energia (se optar por fontes renováveis, por exemplo). Esse grau de liberdade é um dos maiores atrativos do mercado livre de energia.

indústria brasileira

 

Mercado livre de energia no Brasil

Segundo a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), o mercado livre já responde por 92% do consumo de energia da indústria no Brasil. Além disso, o setor de comércio também tem aderido a essa modalidade, com cerca de 39% da energia consumida sendo adquirida no ambiente de contratação livre.

Esse modelo de contratação tem registrado um crescimento acelerado nos últimos meses. Dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) mostram que, desde o início deste ano, o segmento já contabilizou mais de 16 mil adesões, o que representa um recorde absoluto e mais do que o dobro do total de migrações de todo o ano anterior. 

Pequenas e médias empresas, como padarias, farmácias, supermercados e escritórios, têm se destacado entre os novos participantes. Conforme a CCEE, elas representam 72,6% das adesões recentes ao ambiente livre, optando majoritariamente por contratos no modelo varejista.

O avanço do mercado livre foi impulsionado, em grande parte, pela Portaria 50/2022, que a partir de janeiro de 2024 permitiu que todos os consumidores do Grupo A tivessem a liberdade de escolher seus próprios fornecedores de energia. 

Atualmente, o mercado livre de energia corresponde a 38% de toda a energia consumida no Brasil, e as expectativas indicam que essa participação continuará em expansão nos próximos anos.

Perspectivas para o futuro

Há uma expectativa de que o mercado livre de energia continue a se expandir, especialmente no setor comercial. A Abraceel aponta que esse segmento ainda tem muito a crescer, uma vez que as empresas buscam cada vez mais os benefícios do modelo.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) divulgou que, até o final de julho de 2024, mais de 31.400 empresas já notificaram às distribuidoras sobre suas intenções de migrar para o mercado livre de energia entre 2024 e 2025. Destas, 95% são empresas de pequeno porte, com demandas de consumo menores que 500 kW.

Nos próximos meses, a previsão é de que mais de 2.500 consumidores migrem mensalmente para o mercado livre, mantendo a tendência de crescimento acelerado e consolidando esse modelo como uma opção cada vez mais viável para empresas de diferentes portes e setores.

Leia também: O que é eficiência energética?

Por que as empresas estão aderindo ao mercado livre de energia?

Com a crescente adesão ao mercado livre de energia, surge a pergunta: o que está motivando tantas indústrias e empresas a migrar para esse modelo? Entre as principais razões estão a economia, a previsibilidade nos custos e a sustentabilidade, como veremos a seguir.

Economia

A principal vantagem do mercado livre de energia é a economia que ele proporciona. A possibilidade de negociar diretamente com fornecedores permite uma redução de até 40% nos custos com eletricidade. 

Esse valor representa uma significativa diminuição nas despesas operacionais, o que libera recursos que podem ser reinvestidos em outras áreas da empresa, como inovação, expansão ou otimização de processos. 

Além disso, a redução nos custos energéticos aumenta a competitividade da indústria, permitindo que ela ofereça produtos e serviços a preços mais competitivos.

Previsibilidade e controle de custos

A previsibilidade é outro fator decisivo para a adesão ao mercado livre. Nesse ambiente, as condições de fornecimento, como preço e quantidade de energia, são definidas em contrato, permitindo que a empresa tenha maior controle sobre seus custos. Essa estabilidade facilita o planejamento financeiro de longo prazo, proporcionando mais segurança para investimentos e crescimento.

Sustentabilidade

A sustentabilidade também é uma questão cada vez mais relevante para as empresas. No mercado livre de energia, é possível optar por fontes de energia renováveis, como solar e eólica, contribuindo para a redução das emissões de carbono e para a preservação do meio ambiente. 

Além do impacto ambiental positivo, essa escolha traz benefícios estratégicos, uma vez que empresas que adotam práticas sustentáveis tendem a atrair mais investidores e consumidores conscientes, fortalecendo sua imagem no mercado.

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Como migrar para o mercado livre de energia?

A transição para o mercado livre de energia envolve alguns passos importantes. O primeiro deles é procurar uma comercializadora de energia que possa orientar a empresa durante o processo. Essa comercializadora realizará uma análise detalhada do perfil de consumo da empresa, verificando sua elegibilidade para o mercado livre.

Atualmente, para migrar, o consumidor precisa estar conectado à rede de alta tensão. Caso cumpra esse requisito, a comercializadora apresentará diferentes opções de contrato, oferecendo planos de fornecimento que se adequem às necessidades energéticas e financeiras da empresa.

Após a análise e escolha do plano, a empresa assina o contrato com a comercializadora, formalizando a adesão ao mercado livre. Nesse ponto, é necessário notificar a distribuidora local, informando a mudança de regime. 

O processo pode envolver ajustes técnicos, como a instalação de novos medidores ou adequações nas instalações elétricas, mas uma vez finalizado, a empresa passa a usufruir das vantagens do mercado livre.

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